O equinismo é uma condição em que o paciente usa a ponta dos pés para caminhar. Popularmente conhecido também como marcha equina, pé equino e pé de bailarina, essa condição afeta milhares de crianças ao redor do mundo e causa muita preocupação aos pais.
O equinismo é comum em crianças que estão começando a dar seus primeiros passos, apresentando algum tipo de alteração ao caminhar. Isso acontece porque durante essa etapa, a criança está desenvolvendo a sua coordenação motora, o que não costuma durar por muito tempo (geralmente se resolve até os 3-7 anos de vida).
Porém, quando esse caminhar persiste, pode significar algo mais sério, em outras palavras, o equinismo.
Essa doença pode estar ligada a problemas como a paralisia cerebral infantil, tendão contraturado, autismo, distrofias musculares ou outras condições neurológicas ou neuromusculares, mas também é muito comum a existência de casos em que a etiologia do equinismo não é totalmente conhecida: são os casos que chamamos de idiopáticos.
O pé equino é uma condição associada a um encurtamento do conjunto gastrocnêmio-sóleo, sendo visualmente descrita pela dificuldade de realizar o movimento de dorsiflexão do tornozelo e de apoiar o calcanhar durante a marcha. O equino pode ocorrer em ambos os pés, sendo que quando envolve os dois pés, a limitação do movimento é, por vezes, pior em um do que em outro.
As principais causas do Equinismo em crianças
São diversas as causas para o surgimento desta patologia, sendo estas traumáticas, congênitas, idiopáticas, acidentes vasculares, doenças neurodegenerativas, entre outras.
A principal causa neurológica da marcha em equino em crianças é a paralisia cerebral. No entanto, o objetivo deste artigo é falar um pouco sobre a causa mais comum da marcha em equino nas crianças que é a idiopática.
A marcha em equino idiopática é um diagnóstico de exclusão, ou seja, a maioria das outras etiologias de equinismo devem ser excluídas. Como dito anteriormente, a marcha em equino pode ser considerada normal durante o desenvolvimento motor da criança e tende a se resolver espontaneamente com os anos. No entanto, nos casos em que não observamos a melhora do padrão da marcha devemos investigar a causa e propor o tratamento mais adequado. Muitas vezes, apesar de a criança andar na ponta dos pés, seu exame inicial é normal e evolui com encurtamento com o passar dos anos.
Após o diagnóstico, o tratamento varia de acordo com a idade, o grau e a causa de encurtamento do tendão. Quanto menor a idade e mais frouxo é o tendão, maior a chance do tratamento conservador dar bons resultados.
Esse tratamento consiste na fisioterapia, gessos seriados, uso de órteses e a denervação química. Entretanto, quanto mais velha a criança e maior a rigidez articular, maior a probabilidade de necessitar do tratamento cirúrgico. Não há uma idade ideal para se operar e isso varia de acordo com cada caso e seus fatores relacionados. A cirurgia consiste no alongamento cirúrgico do complexo gastrocnêmio-sóleo-aquiles.
O diagnóstico do Equinismo
O diagnóstico do equinismo pode ser feito facilmente por um médico especializado. A observação em conjunto com o exame físico adequado costuma ser suficiente para diagnosticar o equinismo, pois os sinais da doença são bem claros e perceptíveis aos profissionais da saúde, mas o médico pode proceder com exames complementares do pé e tornozelo para confirmar o diagnóstico e, até mesmo, excluir diagnósticos diferenciais.
O tratamento do Equinismo
O tratamento do equinismo deve levar em consideração a idade do paciente, o grau e a causa da marcha em equino. Inicialmente propomos o tratamento conservador (sem cirurgia) com a realização de gessos seriados, órteses e fisioterapia para alongar a musculatura do tríceps sural.
O uso de medicações como, por exemplo, a toxina botulínica geralmente é reservada apenas aos casos em que existe espasticidade da musculatura da panturrilha, observada nos casos neurológicos principalmente. O botox não está indicado nos casos idiopáticos.
Na falha do tratamento conservador, está indicado o tratamento cirúrgico, que consiste no alongamento do complexo gastrocnêmio-sóleo-aquiles.
É normal que mesmo com esses tratamentos o paciente apresente algum resquício de equinismo ou algum grau de fraqueza no músculo da panturrilha. Portanto, não deixe de procurar assistência médica especializada para ter um diagnóstico correto, e caso conheça alguém com este tipo de patologia, indique a leitura deste artigo também.
Afinal, o conhecimento auxilia a descobrir possíveis casos de equinismo em seu convívio social, possibilitando o acesso ao tratamento correto com prontidão e antecedência. Confira as nossas especialidades e como podemos lhe ajudar.
Cuide dos seus pés!
Os primeiros passos são muito importantes tanto para a criança, quanto para os pais. Nessa fase, pode-se identificar anomalias ortopédicas, que se tratadas desde a infância, podem ser contornadas até a fase adulta com mais facilidade.
A presença de ortopedista especializado é de extrema importância para o diagnóstico correto e tratamento. Pensando em proporcionar a melhor solução para sanar os problemas dos pacientes, o Dr. Fábio Hirata, médico ortopedista e traumatologista com especialidade em Pé e Tornozelo, se coloca sempre à disposição para tirar todas as dúvidas possíveis – Agende já a sua consulta.
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