Neuromas interdigitais, também conhecidos como Neuroma de Morton, é um espessamento que ocorre nos nervos interdigitais.. A neuropatia é caracterizada por uma compressão do nervo interdigital, causando dor plantar no antepé, mais especificamente nos espaços intermetatarsais distais, na base dos dedos. Além disso, a compressão do nervo pode gerar formigamento e sensação de choques nos dedos acometidos. Esses sintomas geralmente tendem a piorar com o uso de calçados fechados e apertados.
Essa condição comumente aparece no 3º espaço intermetatarsal, entre o 3º e o 4º metatarsais (envolve o 3º e 4º nervos interdigitais entre as cabeças dos metatarsos). Isso também ocorre com frequência no 2º espaço intermetatarsal (IMT).
Sendo muito mais frequente no sexo feminino, essa condição clínica chega a ocorrer até nove vezes mais em mulheres de meia idade.
Quais os sintomas do Neuroma de Morton ?
O principal sintoma do Neuroma de Morton é o incômodo na região plantar dos pés, que pode estar associada à dormência, formigamento e choques nos dedos. A dor nesses casos aparece ao caminhar e correr, podendo se agravar com o uso de calçados mais apertados, por exemplo, o uso de salto alto.
A sensação pode ser descrita como a sensação de queimadura, choque elétrico ou de pisar em um vidro. Apesar do neuroma se tratar de um espessamento do nervo, a sensação de aumento de volume no local, inflamação ou inchaço são raras.
Existem possíveis causas do “Pé de Morton”?
Apesar dos frequentes avanços da medicina, o pé de Morton ainda não teve sua etiologia (origem) totalmente estabelecida , sendo assim, as causas para o surgimento podem ser variadas.
Fatores que são associados com frequência ao Neuroma de Morton são: uso de calçados com salto e caixa estreita (bicudos), sapatos com solado fino e flexível, aumento repentino na prática de atividades físicas, como caminhadas ou corridas, e excesso de peso. Resumindo: situações em que é gerada uma sobrecarga na região da parte da frente dos pés são possíveis fatores que podem contribuir para o surgimento dos neuromas.
Como diagnosticar o Neuroma de Morton?
O diagnóstico para o Neuroma de Morton é feito clinicamente associado aos exames complementares do antepé.
Através do exame físico feito por profissionais especialistas da área,geralmente, a patologia é facilmente identificada.
Para complementar o processo, a análise e descrição da dor por parte do paciente são de extrema importância.
Os sinais e sintomas mais comuns são: dor à palpação da região plantar intermetatarsal, sinal de Mulder (palpação de ressalto ao mobilizar o neuroma) e sensação de dormência, queimação e choque nos dedos dos pés que pioram com o uso de calçados fechados.
Exames complementares para o diagnóstico são importantes, pois são responsáveis pela confirmação do diagnóstico, além de eliminar possíveis diagnósticos diferenciais (outras causas de dor local).
Os exames que são importantes para complementar a identificação do Neuroma de Morton são: Radiografia (Raio X) e Ressonância Magnética.
Sobre o tratamento do Neuroma de Morton
O tratamento inicial para o Neuroma de Morton consiste nas medidas de tratamento conservador. Podemos citar a modificação do tipo de calçado, medicações analgésicas, fisioterapia, entre outras.
O uso de sapatos mais amplos e confortáveis, priorizando calçados mais estáveis e de solado mais firme podem ajudar a aliviar as dores. É importante que o pé esteja “livre” e que os metatarsos não estejam sendo pressionados.
O uso de substâncias (sempre prescritas por profissionais especialistas da área), como os anti-inflamatórios e os analgésicos podem ajudar no alívio das dores. No entanto, mesmo sendo muito comuns, o uso dessas substâncias não é duradouro, algumas vezes promovendo apenas a sensação de alívio momentâneo.
A cirurgia do Neuroma de Morton
O processo cirúrgico (operatório) da patologia é recomendado após o fracasso do tratamento conservador após alguns meses de tratamento, como modificação do calçado, controle da atividade física, perda de peso e fisioterapia.
A cirurgia mais indicada é a neurectomia, ela consiste na exérese do neuroma. É feita uma abordagem longitudinal com a incisão de 3 a 4 cm próximo ao espaço da rede envolvida, secção do ligamento transverso, e, enfim, a remoção do Neuroma.
O pós-operatório
No pós-operatório, é realizado o acompanhamento semanal do paciente até a retirada dos pontos (em torno de 10 a 14 dias). Após esse período, os retornos em geral são mais espaçados, mas devem ser realizados até a completa recuperação do paciente..
Para a melhor reabilitação do paciente, frequentemente são recomendadas sessões de fisioterapia, minimizando o risco de rigidez dos dedos, diminuindo as dores ao caminhar e o diminuir o inchaço do pé.
O tempo médio do ser humano para que ocorra a cicatrização interna dos tecidos manipulados gira em torno de 6 semanas (mas pode variar de acordo com cada pessoa).
Confira esse vídeo explicativo do Dr Faio Hirata no YouTube sobre neuroma de morton:
Podem ocorrer complicações?
As complicações são raras , porém como em qualquer intervenção cirúrgica, existem riscos inerentes ao ato cirúrgico.
As complicações mais comuns (apesar de raras) são infecção pós operatória e deiscência de ferida operatória. Portanto, é extremamente importante o paciente prestar atenção em alguns desses sinais: vermelhidão, inchaço excessivo, piora da dor ou saída de secreção pelo corte cirúrgico.
Para o sucesso da cirurgia, é importante que as recomendações pós operatórias sejam respeitadas pelos pacientes.
Pensando em proporcionar a melhor solução para sanar os problemas dos pacientes, o Dr. Fábio Hirata, médico ortopedista e traumatologista com especialidade em Pé e Tornozelo, se coloca sempre à disposição para tirar todas as dúvidas possíveis.
Não negligencie as dores nos pés, converse já com o Dr. Fábio e agende a sua consulta!