Caso você já tenha sofrido alguma fratura, provavelmente já ouviu falar da osteomielite e já tenha ficado preocupado…
Saiba que a osteomielite é uma condição médica caracterizada por um processo de infecção em um osso, o qual é causada por uma bactéria ou fungo. Em outras palavras, os microrganismos se alojam no tecido ósseo e podem causar grandes complicações.
Mas acima de tudo, há opções de tratamento e, além disso, esse problema pode ser minimizado com algumas recomendações! Você conhecerá tudo sobre o assunto ao continuar a leitura. Confira!
O que é Osteomielite?
Como já mencionamos acima, osteomielite é uma infecção no osso causada por bactérias, fungos ou micobactérias, em especial o Staphylococcus aureus.
Esses microrganismos podem provocar a infecção tanto pelos vasos sanguíneos, já que os ossos são vascularizados, quanto pelo próprio tecido ósseo.
Na grande maioria dos casos, o agente patogênico é o Staphylococcus aureus, bactéria que pode formar colônias na pele e instalar-se nas fossas nasais de pessoas saudáveis, sem causar danos ao hospedeiro.
O transtorno só ocorre quando elas conseguem penetrar no organismo através de uma pequena lesão na pele, na mucosa ou através da ingestão de alimentos contaminados, por exemplo.
Além do Staphilococus aureus e das demais bactérias, os fungos também, em menor escala, podem estar envolvidos no aparecimento da osteomielite.
Rompida a barreira inicial, geralmente, os primeiros focos da infecção se instalam na pele e podem ser pequenos ou até inaparentes. No entanto, a partir desse ponto ou como complicação de uma doença infecciosa pré-existente (tuberculose, endocardite e abscessos são alguns exemplos), os germes podem migrar pela corrente sanguínea e infectar órgãos à distância, os ossos inclusive. É a chamada osteomielite hematogênica.
Existem outras formas de contaminação da Osteomielite?
Sim. Bactérias ou fungos podem atingir o osso das seguintes formas:
- Da proximidade com feridas na pele que se aprofundam nos tecidos moles adjacentes, como ocorre nas úlceras por pressão e no pé diabético;
- Como complicação de doença periodontal, que favorece a formação de abscessos dentários e gengivais;
- Pelo contato direto com o osso através de uma fratura exposta;
- Durante cirurgias ortopédicas corretivas ou para a implantação de próteses;
- Através de um ferimento por objeto perfurante contaminado .
Quem pode sofrer de Osteomielite?
A osteomielite pode manifestar-se em qualquer idade e em qualquer osso do corpo.
Nas crianças, são mais vulneráveis as placas de crescimento localizadas nas extremidades dos ossos longos (metáfises) das pernas (fêmur e tíbia) e dos braços (úmero e rádio). A forma mais comum de contágio na infância é a hematogênica, ou seja, através da corrente sanguínea.
Já nos adultos, os ossos da coluna vertebral (osteomielite vertebral) são os mais prejudicados na via hematogênica.
Grupos de risco da Osteomielite
Consideram-se grupos de risco para a doença:
- Imunidade comprometida
- Cirurgia ou trauma recente
- Portadores de diabetes descompensada
- Distúrbios circulatórios
- Neuropatias periféricas
Devem, também, redobrar os cuidados, aquelas que foram submetidas à quimioterapia, radioterapia e hemodiálise, as que fazem uso contínuo de medicamentos, como os corticoides e os inibidores do fator de necrose tumoral, e os usuários de drogas injetáveis.
Osteomielite Aguda X Osteomielite Crônica: Qual a diferença?
De acordo com o tempo e a evolução da doença, a osteomielite pode ser classificada em aguda ou crônica.
Na forma aguda, a infecção óssea é diagnosticada nas quatro primeiras semanas.
Já a osteomielite é considerada crônica quando permanece ativa por mais de alguns meses. Em geral, o quadro se instala em decorrência de uma lesão aguda que não recebeu tratamento adequado e foi-se agravando lenta, mas continuamente.
Quais as possíveis causas da Osteomielite?
As bactérias são os agentes causadores mais comum da osteomielite e elas podem entrar em contato com osso nas seguintes situações:
- fratura: fraturas expostas podem ser contaminadas com bactérias e evoluir para osteomielite;
- ferimento: de forma semelhante, um ferimento que demora a cicatrizar, como em pacientes com diabetes, também pode ser infectado por bactérias;
- cirurgias ortopédicas: algumas cirurgias ortopédicas, principalmente nas quais ocorre a manipulação do tecido ósseo, tem a osteomielite como possível complicação;
- imunossupressão: o paciente pode se tornar mais suscetível à infecção bacteriana por quimioterapia ou algum outro tratamento que reduza as barreiras imunológicas;
- histórico de osteomielite: quem teve esse tipo de infecção no passado tem mais chances de ter outra, ao se expor aos fatores de risco, como as cirurgias nos ossos;
- úlceras profundas: causadas por decúbito prolongado, diabetes mal controlado ou por má circulação também são uma forma de contaminação e possível origem da osteomielite.
Quais são os sintomas da Osteomielite?
Os sintomas da osteomielite são diversos, podendo se dar por:
- Dor;
- Rubor (vermelhidão);
- Calor local;
- Edema, inchaço;
- Fadiga;
- Febre;
- Calafrios;
- Mal-estar;
- Sudorese.
Fístulas na pele com saída de secreção purulenta são sinais mais ligados à osteomielite crônica.
É importante observar que, em alguns casos, a doença pode ser assintomática. Em outros, os sintomas são tão inespecíficos que podem ser confundidos com os de outros processos infecciosos, o que representa um entrave para o diagnóstico precoce e tratamento.
Qual o diagnóstico para a Osteomielite?
O diagnóstico da osteomielite considera a avaliação clínica do paciente, onde o médico especialista solicitará alguns exames de sangue, entre eles, o hemograma, a velocidade de hemossedimentação (VHS) e o nível da proteína C-reativa.
Radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea são exames de imagem também importantes para o diagnóstico da osteomielite.
Para identificar o microrganismo agente da infecção, muitas vezes se torna necessário coletar amostras de sangue, de pus ou até do próprio osso para encaminhar para biópsia.
O prognóstico para pessoas com osteomielite geralmente é bom com tratamento precoce e adequado. No entanto, às vezes, ocorre o desenvolvimento de osteomielite crônica e a infecção pode reaparecer semanas, meses ou mesmo anos depois.
Existe algum exame que detecta a Osteomielite?
Sim. A Ressonância magnética (RM) é o método mais confiável para detectar a osteomielite. Já que, além de não utilizar raios ionizantes, promove uma maior visualização anatômica, possuindo alta capacidade para detecção da osteomielite aguda e facilitando o diagnóstico precoce da doença.
Qual o tratamento para a Osteomielite?
A principal finalidade do tratamento da osteomielite é vencer a infecção aguda, a fim de evitar o desenvolvimento de formas crônicas da doença, que estão sujeitas a complicações graves, como prejuízo no crescimento do osso, no movimento da articulação e os distúrbios vasculares.
Nas infecções bacterianas, o tratamento baseia-se na administração de antibióticos de amplo espectro, inicialmente por via endovenosa, em ambiente hospitalar, por alguns dias.
Tendo uma resposta positiva a este tipo de medicação, permitirá que ela seja ministrada via oral, em casa, durante quatro a seis semanas, no mínimo.
Já os portadores de osteomielite crônica grave podem necessitar de que o tratamento com antibióticos seja mantido por períodos mais longos.
Medicamentos antifúngicos ficam reservados para as lesões ósseas causadas por fungos e, geralmente, são administrados por vários meses.
Dependendo da gravidade da infecção e da resposta do paciente ao antibiótico, a cirurgia com limpeza da área afetada pode ser o procedimento necessário para drenar abscessos, remover a região do osso danificada pela necrose e dos tecidos moles com aspecto suspeito de infecção(técnica conhecida como desbridamento).
O material coletado na cirurgia (seja pus, osso, tecido mole) é enviado para cultura e anatomia patológica para identificar qual a bactéria exata que está causando a infecção.
Em casos mais graves e extremos, se o uso de antibióticos e as limpezas cirúrgicas não apresentarem o efeito desejado, a amputação do membro, ou de parte dele, pode ser um recurso terapêutico para evitar que a infecção se espalhe por diversos tecidos do organismo.
Osteomielite pode matar?
A osteomielite em si não mata, mas pode ser a porta de entrada para complicações mais sérias de saúde, que eventualmente podem levar o paciente ao óbito.
Por exemplo, um quadro de sepse grave generalizada em decorrência de uma osteomielite não tratada ou mal conduzida pode levar o doente à morte.
Osteomielite é considerado câncer no osso?
Uma das maiores preocupações do paciente que tem osteomielite é se a doença é considerada como uma espécie de “câncer no osso”. A resposta é não. A osteomielite não é câncer no osso, mas sim uma infecção óssea causada, em geral, por uma bactéria.
Quais são as complicações da osteomielite se não tratar?
Ossos são constituídos por tecidos vivos, altamente vascularizados, em contínuo processo de recomposição, ou seja, o organismo está continuamente produzindo novas células ósseas e reabsorvendo as células envelhecidas.
Além de constituírem a estrutura de sustentação do corpo, eles desempenham papel importante na locomoção, na proteção de órgãos vitais (coração, pulmões e cérebro, por exemplo) e no armazenamento de sais minerais (cálcio, principalmente).
Além disso, são responsáveis pela produção de células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas) a partir das células-tronco presentes na medula óssea.
De modo geral, os ossos são resistentes a infecções. Quando afetados, porém, na fase aguda da doença, o prognóstico costuma ser favorável.
Entretanto, à medida que a infecção progride, podem surgir complicações graves, de difícil tratamento.
Se não tratada, tanto na fase aguda quanto na crônica, a osteomielite pode causar diversas complicações e sequelas a curto e longo prazo.
Podemos citar como algumas dessas sequelas e complicações:
- Cronificação: quando não tratada de maneira adequada, a osteomielite deixe de ser aguda e passa a ser crônica
- Agudização da osteomielite crônica: a osteomielite crônica (quando não tratada adequadamente) de tempos em tempos, pode “acordar” e simular uma nova infecção aguda
- Artrose: se a osteomielite vem associada a pioartrite (infecção articular)
- Alterações no crescimento: se a osteomielite ocorre próximo a placa de crescimento
- Osteonecrose: morte do tecido ósseo
- Dor crônica
- Fístulas crônicas: saída de secreção por um orifício de comunicação entre a infecção e o meio externo
- Infecção generalizada/ sepse
Como prevenir e diminuir o risco de desenvolver Osteomielite?
Há formas de diminuir o risco de desenvolver a doença através de alguns cuidados básicos, como a higiene pessoal do dia a dia, que são fundamentais para evitar a ocorrência de infecções.
O mais importante é lavar as mãos com bastante água e sabão, qualquer sabão, quando chegar em casa, antes das refeições, depois de usar o banheiro e quando entrar em contato com pessoas doentes, especialmente se houver cortes, arranhões ou qualquer outro tipo de lesão aberta na pele – a atenção com a limpeza dos ferimentos deve ser redobrada!
Também são medidas que diminuem o risco de desenvolver osteomielite:
- Mantenha sempre os pés limpos e hidratados. Escolha sapatos e meias adequados para prevenir a ocorrência de lesões comuns nos portadores de diabetes;
- Evite a formação das escaras (também conhecidas por úlceras por pressão). Mesmo que esteja acamado/a ou tenha de permanecer sentado/a por muito tempo, se não conseguir sozinho/a, peça ajuda para mudar de posição com alguma frequência;
- Tenha uma dieta balanceada. Alimente-se bem, pratique exercícios físicos, fique longe do cigarro e das bebidas alcoólicas. Assim, seu sistema imunológico estará fortalecido para combater infecções que possam ocasionar danos irreversíveis a seu organismo;
- Não se automedique. Procure assistência médica especializada ou odontológica sempre que surgirem lesões na pele ou na boca que não cicatrizam com facilidade.
Como você pode ver, a osteomielite é um tipo de infecção grave e de difícil tratamento caso não seja identificada e abordada de maneira precoce e adequada. Além de trazer diversas complicações e sequelas se não tratada.
Na suspeita de um possível quadro de osteomielite, procure imediatamente um ortopedista especialista na região acometida de sua confiança.
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