De todas as lesões, tem uma que sempre causa medo aos atletas: as lesões por estresse. Uma lesão dolorosa que surge aparentemente do nada, a fratura por estresse pode te deixar longe dos esportes por algum tempo.
O pé é um dos principais locais de acometimento dessa lesão, devido às altas cargas sustentadas em atividades como corridas e saltos.
Tudo começa com dores e inchaço nos pés ou tornozelos muitas vezes sem um motivo aparente. Caso a dor e o inchaço não melhorarem dentro de poucos dias, fique bem atento ao nosso artigo, pois você pode estar com uma fratura por estresse.
Mas o que é uma lesão por estresse e como você pode evitar uma? Aqui está tudo o que você precisa saber!
O que é fratura por estresse no pé e tornozelo?
Uma fratura por estresse é uma fratura que ocorre em um osso se o mesmo for submetido a estresses/microtraumas repetitivos e não tiver o devido tempo de repouso ou correção da causa da sobrecarga que o levou a fraturar.
Essas lesões ocorrem com maior frequência em atletas, principalmente nos corredores. No entanto, todos nós estamos sujeitos a ter esse tipo de lesão.
Na região do tornozelo e pé, os ossos mais comumente afetados são: a parte póstero medial da tíbia, o 2 e 3 metatarsos e o calcâneo. Mas qualquer osso dessa região pode sofrer uma fratura por estresse.
Causas e fatores de risco da fratura por estresse
Como o nome sugere, ao contrário de uma queda, uma fratura por estresse geralmente se desenvolve com o tempo.
A força repetitiva do impacto do esporte praticado ou da sobrecarga mecânica exercida nos pés pode causar danos microscópicos ao osso. Se não houver tempo suficiente para que eles se recuperem, podem evoluir para uma fratura por estresse.
Podemos citar diversos fatores de risco para ocorrência dessa lesão:
- Excesso de atividade física, principalmente as que envolvem impacto (corrida e salto)
- Aumento repentino da intensidade ou tipo do treino sem o devido preparo
- Mudança da superfície do treino (por exemplo: corredor de esteira passa a correr na rua)
- Mudança dos calçados utilizados no esporte
- Tríade da mulher atleta
- Disponibilidade energética reduzida
- Disfunção menstrual
- Baixa densidade mineral óssea
- Sobrecarga mecânica:
- Calçados inadequados
- Deformidades nos pés e tornozelos (por exemplo: pé cavo varo)
- Obesidade
Sinais e sintomas das lesões por estresse
Os sintomas mais comuns de uma fratura por estresse são:
- Dor constante que não melhora em poucos dias, sem motivo aparente
- Dor que piora com o esforço físico
- Inchaço (edema) na região dolorosa
Dor que surge sem uma causa clara e que não melhora em poucos dias é um sinal de alerta. Por isso, se você não teve nenhum tipo de impacto ou torção aparente e iniciou um quadro doloroso nos pés ou tornozelos que não melhora rapidamente você deve procurar ajuda.
Diagnóstico da lesão por estresse
O diagnóstico da fratura por estresse é feito através do histórico do paciente, do exame físico e dos exames complementares.
Os principais exames complementares são a radiografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
No início do quadro doloroso, as radiografias raramente mostram alteração, ou seja, é muito comum atendermos pacientes com diagnóstico de fratura por estresse com radiografias normais no começo das dores.
A radiografia demonstra alteração após alguns dias do quadro doloroso (em média de 2 semanas).
Portanto, é extremamente importante o especialista em pé e tornozelo solicitar o exame de ressonância magnética e eventualmente a tomografia computadorizada, pois é através deles que é possível confirmar o diagnóstico e dar início ao tratamento correto.
Classificação da lesão por estresse
De uma maneira didática, podemos classificar as fraturas por estresse baseado no local de acometimento, ou seja, no osso acometido e sua localização, e também baseado em seu risco (baixo ou alto risco).
Quando falamos em risco, estamos nos referindo ao risco que determinada fratura têm de evoluir com complicações como demora para consolidar, não consolidação (não união, pseudoartrose), refratura e falha do tratamento conservador.
Na região do pé e tornozelo são lesões de:
- Baixo risco:
- Metatarsos em geral (fraturas na diáfise)
- Calcâneo
- Fíbula distal
- Alto risco:
- Maléolo medial
- Navicular
- Tálus
- Sesamóides do hálux
- 5o metatarso na sua região proximal (transicao metáfise-diáfise: fratura de Jones)
Tratamento das lesões por estresse
O tratamento dependerá da localização no osso acometido e de seu respectivo risco de evoluir com complicações.
Em geral, as fraturas classificadas como de baixo risco, na enorme maioria dos casos, evoluem bem com o tratamento conservador (sem cirurgia) baseado no repouso, imobilização com carga protegida (sandálias ortopédicas rígidas ou robofoots) e mudança no padrão de atividade física até a consolidação completa da lesão (em geral de 6 a 8 semanas).
Já nas fraturas de alto risco, o cuidado deve ser ainda maior.
Além das medidas necessárias mencionadas acima, dependendo do caso, é necessário retirar a carga do membro, ou seja, orientar o paciente a ficar um período sem apoiar o pé ou tornozelo acometido no chão.
O tempo de retorno às atividades nesses casos também tende a ser maior. Na vigência de complicações, é possível que seja necessário uma abordagem cirúrgica para efetivamente resolver o problema.
É importantíssimo salientar que para o sucesso do tratamento devemos corrigir os fatores de risco associados às lesões.
Condições de treino, calçados, preparo físico, alimentação, deformidades nos pés e tornozelos e todos os demais fatores devem ser corrigidos para que o tratamento dê certo.
Não negligencie as dores nos pés e tornozelo
É pensando em proporcionar a melhor solução para sanar os problemas dos pacientes, que o Dr. Fábio Hirata, médico ortopedista e traumatologista com especialidade em Pé e Tornozelo, se coloca sempre à disposição para tirar todas as dúvidas possíveis, sejam relacionadas a essas ou a outras lesões na região dos pés e tornozelos – Agende aqui a sua consulta!